Uma História de Natal

Era uma vez uma égua a que deram o nome de "Chiquinha". Terá tido uma gestação difícil, teve um parto mais difícil ainda. A pequena poldra conseguiu escapar aos traumas  da chegada ao mundo, mas pagou um preço elevadíssimo por isso: perdeu a mãe no momento em que nasceu. Com um "handicap" destes, poucos lhe vaticinariam um futuro brilhante, mas o destino tece e orienta as coisas como muito bem entende e ofereceu à jovem "Chiquinha" um guião digno de conto de fadas. Adoptada pelas crianças da família, alimentada por empregadas e tratadores, acarinhada e protegida pelos mais velhos, "Chiquinha" cresceu livre e feliz num ambiente de grande aconchego. Chegada a idade adequada, começou a ser preparada para a vida desportiva e rapidamente revelou grande potencial, fosse para as provas de saltos, fosse para qualquer outra vertente da competição equestre. Montada habitualmente por Martim Portela de Morais e por um amigo da casa, Duarte Romão, viria a ser oferecida a este último que, revelando grande talento para o hipismo, não dispunha dos recursos financeiros para poder fazer este tipo de investimento. O resto da história é conhecida. Duarte Romão viria a tornar-se num nome conhecido e respeitado no circuito hípico europeu e "Chiquinha" continuou a vencer concursos e a "ensinar" a  muitos outros jovens cavaleiros que, por vezes, uma grande derrota pode ser a primeira de muitas vitórias. Como em tudo na vida, de resto.

De cima para baixo : os filhos de Ernesto Neves, "Babá" e "Kiki", que adoptaram "Chiquinha" desde o primeiro dia. Tal como a empregada da casa e o tratador, Lisete e Manuel "Cocheiro". As irmãs Jardim cuidando do "look" da poldra. O Conde de Monte Real e "Dico" Mendes de Almeida num momento de descontracção. "Chiquinha" com Martim Portela de Morais e Duarte Romão.

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